O assunto que falaremos aqui é amado por uns e ‘odiado’ por outros: O MVP. Independente da opinião de cada um, é difícil para quem quer empreender hoje deixar de compreender melhor o método. Afinal, apenas assim cada um poderá formar a sua própria opinião.
Ficou curioso? Então, vem comigo que eu explicarei um pouco mais sobre o método que transforma ideias em realidade de maneira mais ‘descomplicada’.
O que significa MVP?
MVP é uma sigla para o termo em inglês ‘Minimum Viable Product’, que traduzindo seria o mesmo que ‘Produto Mínimo Viável’. Como o próprio nome diz, o MVP é basicamente um produto com o mínimo de recursos que permite solucionar o problema pelo qual foi criado.
O responsável pela criação do conceito ‘MVP’ foi Frank Robinson, CEO da SyncDev, no ano de 2001. Porém, foi com Eric Ries que o termo se difundiu mundialmente por meio do best seller ‘A Startup Enxuta’. E não poderia ser diferente, já que o MVP é o grande protagonista do livro de Ries.
Com a popularidade do conceito, várias empresas passaram a utilizar o método em sua realidade. Entre as grandes que implementaram o MVP temos: Apple, Groupon, Foursquare, Shopify, Facebook, Dropbox e muitas outras.
Podemos dizer que o MVP vai direto ao assunto, poupando investimentos financeiros excessivos com pesquisas e planejamentos tradicionais, além da economia de tempo. É importante deixar claro não trata-se do produto final, e sim de testes com o público para ver se a ideia realmente é viável.
Assim, as empresas podem saber se as suas ideias realmente são boas na prática de quem realmente interessa: Os usuários. Além disso, podem identificar que direção seguir a partir daí, de modo a atender melhor às necessidades reais das pessoas. O foco é oferecer valor para os consumidores.
Sem contar que há economia de tempo e dinheiro. Duas coisas entre as mais valiosas que existem para qualquer um de nós.
Os erros no meio do caminho deixam de ser fontes de grandes problemas e passam a ser encarados como naturais e necessários para algo maior.
Entendeu agora por que o MVP é pensado para empreendedores que estão começando e tem tudo a ver com startups?
Mas é importante não confundir:
Por ser um conceito consideravelmente novo no país, muitas pessoas veem o MVP da maneira errada, como se fosse algo feito sem cuidado e investimento financeiro.
Como o próprio nome deixa claro o produto – que é diferente de funcionalidade , sendo um conjuntos dessas – precisa ser viável para o cliente, gerando valor. Não tem nada a ver com lançar um produto mal feito, o MVP deve representar a ideia central do seu futuro produto final.
É, portanto, algo desafiador e trabalhoso para qualquer empreendedor: Ele vai ter que encontrar o equilíbrio entre as variáveis existentes.
É por essa razão que nem sempre é a hora de realizar um MVP, as ideias devem estar amadurecidas o bastante antes disso. Compreender a fundo seu público-alvo, por exemplo, é algo que deve ser realizado anteriormente.
Qual é a importância de um MVP?
Se você ainda tem dúvidas sobre qual a importância do MVP a gente explica melhor.
O MVP coloca em prova se o que você pensa condiz com o que o cliente espera e precisa, antes mesmo de lançar globalmente o produto. Se o que a empresa criar agradar o público restará apenas ajustar e otimizar a ideia.
Essa é a ‘mágica’ do MVP: Se houver falhas, erros e problemas, está tudo bem, pois a sua finalidade é justamente essa. O MVP existe para ver o que funciona ou não de modo a melhorar ou até mesmo mudar totalmente a ideia inicial. Portanto, a regra do MVP é clara: Criar, testar, medir, repetir, errar, aprender…
É como se a empresa tivesse uma ideia central e o público participasse ativamente de todo o desenvolvimento restante. Essa flexibilidade é justamente o motivo pelo qual o MVP é tão amado por negócios digitais, como softwares, sobretudo em seus primeiros estágios de existência.
O MVP pode ser considerado, portanto, uma ótima ‘ferramenta’ público e os seus produtos. E, é claro, tudo que engloba isso: Datas, prazos e preços, por exemplo.
Há milhares de histórias de pessoas que passaram anos da sua vida se dedicando a algo que depois não agradou o público nem gerou receita. Por essa razão, optar por um MVP o risco é infinitamente menor.
Sem contar que ao utilizar o MVP você reduz o tempo para que a solução chegue até as pessoas, que precisam daquilo agora. ‘Depois’ pode ser tarde demais: A concorrência pode ter dominado o mercado ou, pior, os consumidores já não quererem mais aquilo.
Em uma matéria sobre MVP para Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o consultor da ThoughtWorks e autor do livro ‘Direto ao Ponto’, Paulo Caroli disse uma frase bem interessante sobre o tema: “Uma ideia sempre parece maravilhosa no papel, mas só quando ela estiver no mercado que teremos a validação, e isso sempre precisa ser feito o mais rápido possível.”
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10 dicas essenciais sobre MVP
1. Tenha uma proposta de valor
Antes de qualquer coisa, você precisa ter uma proposta de valor. Para isso, a pergunta básica a se fazer é: Qual problema a minha solução irá atender?
Como o próprio nome diz, uma proposta de valor precisa gerar valor no seu público. É isso que você espera, pelo menos, pois só saberá com certeza mesmo com o retorno deles depois. Daí a relevância de conhecer a fundo os seus potenciais clientes e definir uma persona.
Feito isso, basta responder perguntas como:
Como eu consigo resolver o problema do meu público com o mínimo de tempo e recurso? O que as pessoas ganhariam de valor em troca de comprar um produto meu? A minha solução é capaz de me gerar receita? É sobre tudo isso que você deverá refletir, no momento será apenas hipótese mesmo.
Como trata-se de um MVP você deve se concentrar no problema central que irá solucionar. Outros detalhes que enriquecerão essa ideia podem ser pensados, mas não colocados como prioridade.
2. Atenção às funcionalidades
Você não pode esquecer de pensar na parte mais técnica do produto: Quais características e funcionalidades irão compor o meu Produto Mínimo Viável para que ele atenda o meu público?
Por essa razão é tão essencial que você tenha pensado adequado na proposta de valor antes. É muito comum os empreendedores errarem aqui, pensando em detalhes e enchendo o produto de funções.
Pelo contrário, aqui você terá que pensar como o mínimo possível de funcionalidades pode ajudar o seu público de maneira efetiva. Então, não se assuste ao se ver riscando itens da sua lista de funcionalidades, esse é o intuito.
Comece do começo. Trabalhe para fazer a diferença na vida do seu público. É isso que realmente irá pesar na hora da decisão.
3. Não exagere em detalhes, esse é apenas um MVP
Já que estamos falando das funcionalidades nada melhor que reforçar para você mais uma vez que trata-se de um MVP. Tenha sempre em mente isso: Esse não é o produto final.
Na maior parte das vezes será preciso realizar alguns – ou vários – MVPs até chegar ao que seria ideal para o público. Então, sem querer desanimar você, há uma jornada pela frente que precisa ser respeitada.
Foque na proposta de valor e lembre-se que mais adiante você poderá adicionar outros detalhes. Calma e paciência são as duas palavras-chaves nesse momento.
4. Se necessário, crie uma marca diferente
O MVP não pode ser utilizado somente por quem está iniciando no universo do empreendedorismo.
Ainda assim observamos que marcas que já possuem nome no mercado têm medo de ‘prejudicar’ a imagem da empresa ao lançar um Produto Mínimo Viável.
Afinal, oferecer para os usuários um produto com o mínimo de funcionalidades pode passar a mensagem de que a marca ‘deixou a desejar’ ao considerar o seu passado e potencial.
Para esses casos, existe uma alternativa a ser considerada: Fazer o seu MVP a partir de outra marca. Sim, isso mesmo. Uma marca nova pode ser a solução que você precisa para testar aquela ideia engavetada por receio de influenciar negativamente na reputação do que já foi construído por você até aqui.
5. Prepare o terreno antes
Se você for pesquisar um pouco sobre o assunto, verá que boa parte dos especialistas no assunto recomenda que você apresente o seu produto em uma landing page, por exemplo. É óbvio, isso antes mesmo de lançar o produto, para avaliar se há demanda de mercado.
Assim, você pode apresentar o seu produto para as pessoas com foco na proposta de valor: ‘Será que a sua proposta gera mesmo interesse no público ainda em ideia?’
Se uma landing page (página de captura) tem o intuito de capturar leads, o seu objetivo será ouvir esses leads, analisar o engajamento gerado. Essa é uma ótima dica para você ouvir mesmo o seu público durante todo o processo .
6. Não tenha medo de ter a sua ideia ‘usurpada’
Achamos interessante falar sobre isso aqui por ser um pensamento recorrente dos empreendedores: “Se eu colocar minha ideia ainda em seu estágio inicial ‘no ar’, algum concorrente grande pode ‘usurpá-la’ antes que eu possa melhorá-la”.
Isso é, sim, possível. Não estou dizendo que não. Pelo contrário, é um risco que se corre quando se trabalha com MVP. Porém, não é algo tão comum quanto imaginamos.
Segundo o próprio Eric Ries as grandes empresas tendem a possuir centenas de ideias incríveis internamente e ao mesmo tempo. Dessa maneira, há muito trabalho para escolher seus próximos passos e pouco tempo para prestar atenção em ideias alheias.
Portanto, o maior risco continua sendo não fazer nada.
7. O Teste
Bem, não dá para falar de MVP sem pensar em teste, certo? Então é preciso atenção redobrada na hora de testar o mercado. Há diversas maneiras de realizar os testes, de acordo com a realidade de cada negócio.
Procure encontrar o que melhor se encaixa para você e se preocupe em fazer tudo certo. O mais recomendado é que você utilize um público controlado, principalmente se o seu produto for ‘prejudicado’ com maior quantidade de usuários, em um primeiro momento. Um software, por exemplo.
Mas existe quem opte por um beta, isto é, testa já lançando de maneira geral. Tudo vai depender do contexto mesmo. Independente disso, o seu foco será nos feedbacks gerados.
Afinal, as respostas do público irão validar as hipóteses levantadas anteriormente. Chegou a hora da temida questão: Será que a sua proposta de valor é mesmo valiosa para o público?
Caso a resposta for positiva, você pode a começar pensar nos itens para melhorar o MVP, como as funcionalidades e os reajustes necessários. Caso for negativo, é hora de interpretar e, muito provavelmente, compreender que não se deve investir num produto final agora.
8. Interprete com inteligência e cautela
A gente sempre gosta de falar que não adianta nada ter informações e feedbacks se você não interpretar o que tem disponível. É por isso que a iteração é uma parte essencial de qualquer MVP.
Mas tenha sabedoria na hora de interpretar os feedbacks gerados: Será que é preciso um novo MVP? Meu produto é mesmo escalável? Os recursos que precisarei são viáveis? E os custos? Quais os aprendizados vieram das informações coletadas? A partir de tudo que estou mais preparado para oferecer um produto melhor para as pessoas.
9. Estabeleça indicadores e métricas
Acabamos de falar da importância de testar e interpretar a resposta do mercado. E é claro que o contato real, ouvindo mesmo as pessoas, é sempre a melhor forma de se fazer isso. Nunca subestime isso.
Porém, há outra possibilidade que pode te ajudar nessa hora: As métricas. Ao lançar o seu MVP tenha claro os indicadores que você irá medir e priorizar nesse momento. Só muito cuidado para medir tudo da maneira correta.
10. E principalmente: Tenha claro o que é um MVP
É crucial que todo empreendedor tenha consciência de todos os fatores e riscos que envolvem um MVP. Como qualquer outro modelo, nem sempre o MVP é a melhor opção e cada negócio em particular deverá avaliar isso.
Aprender é, com certeza, a mensagem principal. E em muitos casos novas e incríveis ideias surgem no meio do caminho. Esse é um dos pontos mais bacanas do MVP.
Apesar de poupar tempo em relação a outros métodos, o MVP não deve ser pensado como sinônimo de pressa. É apenas o primeiro passo de uma jornada longa e trabalhosa.
É, não existe atalho para o sucesso que não envolva trabalho e dedicação.
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